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terça-feira, 23 de novembro de 2010

JOGADOR DESISTE DE CARREIRA -MAS CONVENCIDO A VOLTAR A JOGAR PELO ACP


Essa materia foi divulgado com exclisividade pelo site IG - chama atenção, pois Rafinha foi o unico jogador banido da historia do STJD, e agora vai vestir a camisa do ACP.
abaixo a materia do IG

Exclusivo: Único banido na história do futebol brasileiro estuda para ter a profissão de Lula

Único atleta banido do futebol na história do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Rafael Rodrigues Fernandes, conhecido como Rafinha, desistiu da carreira aos 22 anos mesmo depois da punição ser revertida. O ex-volante do Toledo-PR jogou pouco mais de um ano após a absolvição, em janeiro de 2009, mas diversos problemas o fizeram pendurar as chuteiras – atualmente trabalha em uma metalúrgica no interior de São Paulo. O iG relata a história do garoto que foi usado como exemplo para a mudança da legislação desportiva, que hoje não prevê mais banimento direto mesmo nos casos mais graves.
“Não tenho vontade de voltar, só se for uma proposta sensacional, e mesmo assim vou pensar muito. Tem muita sujeira no futebol e não falo só do caso do julgamento. É salário atrasado, pressão para jogar bem. Depois de tudo o que aconteceu fui lá pra baixo, fiquei desanimado. Agora quero estudar”, disse Rafinha na casa de seus pais, na Cohab 3, bairro pobre de Mirassol – cidade a 450 km de São Paulo, onde mora desde que deixou Toledo, em abril de 2010.
Rafinha foi condenado pelo pleno (última instância) do STJD, em agosto de 2008, com base no artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição). Segundo a procuradoria, o jogador confirmou em entrevista que o empate entre Toledo e o Marcílio Dias-SC, pela Série C do Brasileiro daquele ano, foi combinado.
A própria procuradoria admitiu depois que a punição foi exagerada e aconteceu apenas para que o jogo fosse repetido – por isso houve um terceiro julgamento e a absolvição de Rafinha. O artigo 275 foi extinto um ano depois, e o caso do volante, usado pela comissão que fez alterações no CBJD, em dezembro de 2009, como exemplo para argumentar que banimento é algo extremo. Atualmente, um atleta não pode ser eliminado, termo jurídico usado, na primeira condenação, apenas em caso de reincidência (ouça a polêmica entrevista e veja mais sobre a mudança na legislação).
De Rafinha a Fernandes
A eliminação foi o início do fim da carreira de Rafinha. Mas ajudaram na decisão de parar as duas lesões que sofreu depois da absolvição, uma no púbis e outra no tornozelo (esta operada pelo Sistema Único de Saúde, o SUS), ficar sem receber salário (ele processa o Marília, clube para qual foi emprestado em 2009) e a pressão de diretoria e torcida do Toledo para voltar a jogar como antes. A gota d’água foi ter de mudar o apelido com o qual sempre foi conhecido.
“Isso me derrubou de vez psicologicamente. Para tentar me vender, eles (diretoria do Toledo) me fizeram mudar de apelido para possíveis interessados não associarem com o jogador que foi eliminado. Não era mais o Rafinha, era o Fernandes, que é um dos meus sobrenomes. Dentro de campo todo mundo me chamava de Rafinha, mas para fora era o Fernandes. Eu não queria mais ficar lá em Toledo nessa situação, mas eles me forçavam a permanecer para tentar me vender. De tanto que insisti, resolveram me liberar”.
Ele fez as malas, deixou para trás a noiva Lady e voltou para a casa dos pais em Mirassol, cidade de 55 mil habitantes onde nasceu e que chama a atenção pela quantidade de empresas que possui uma após a outra, na beira da rodovia estadual Washington Luiz.
“Aqui em Mirassol você passa na rua e te laçam para você trabalhar, tem muita empresa e pouca gente disposta a aceitar. Por isso não foi difícil arrumar emprego quando larguei o futebol”. Antes disso, e ainda indeciso sobre o futuro, ele fez um teste no Ituano, clube da elite do futebol paulista, logo que retornou a São Paulo. “Não me esforcei muito para passar. Já fui profissional, ter que fazer “peneirão” não dá. Fui desanimado e não joguei bem”.
O encontro com a reportagem foi marcada para depois do expediente na Vitralfer, empresa na qual o garoto dá expediente das 7h às 17h. Na hora marcada, ele deixou o galpão enorme e de pouca ventilação – já não vestia macacão, apenas as botas de segurança, com o bico de ferro para evitar acidente. Na mão, um martelinho, hoje seu principal instrumento de trabalho como assistente de montador. Recebe R$ 900 por mês, menos do que os R$ 1.500 que ganhava como jogador de futebol.
Rafinha não gosta do trabalho na metalúrgica e está fazendo um curso de AutoCAD (programa de computador utilizado para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões e para criação de modelos tridimensionais). Em novembro, vai prestar prova para entrar no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em usinagem convencional, e pretende ser torneiro mecânico, uma profissão “mais sofisticada, mais bem vista, que foi do presidente Lula”, segundo o garoto. Rafinha não ompletou o 2° grau. “Eu me arrependo de não ter estudado. Se eu quisesse, dava tempo. Mas moleque, jogando bola, você acha que vai ser o maior do mundo”.
O “dono” de Toledo
Maior do mundo Rafinha não era, mas podia se considerar o dono do Toledo dentro de campo aos 20 anos. Como ele mesmo definiu, estava “voando”. A bola era a esperança de um futuro confortável para ele e para a família (o pai Dorival, a mãe Claudete, os irmãos Diego e Cléber, que vivem em Mirassol, e para Lady). Hoje, a noiva e o filho dela de um primeiro relacionamento, são as únicas boas recordações que tem da cidade paranaense de 115 mil habitantes, que dá nome ao clube, distante 540 km de Curitiba.
O camisa 7 era o destaque de uma equipe ascendente no cenário paranaense e que começava a aparecer também fora do Estado. Bancada por duas empresas (a cervejaria Colônia e a Organização Work Serviços), o clube tinha dinheiro para investir em talentos e estrutura acima de média para o interior do Paraná – CT com quatro campos, por exemplo. Campeão da Copa do Interior de 2007, ganhou o direito de jogar a Série C em 2008.
“Não quero parecer ‘mala’, mas eu era o destaque do time. Eu que estava sempre à frente de todos, não deixava o time cair de produção, mesmo sendo um dos mais novos. Já tinha proposta para sair do Toledo, o clube perdeu dinheiro. Tudo acabou por causa da entrevista”, disse Rafinha. Meses antes, o clube tinha até preparado um DVD com algumas jogadas do atleta.
Fonte: IG

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